A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) divulgou nesta terça-feira (18) os dados sobre o consumo das famílias brasileiras no mês de fevereiro de 2025, registrando uma queda de 4,25% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Esse recuo no consumo reflete o impacto da desaceleração econômica, alta da inflação e dos juros, que têm afetado diretamente o poder de compra dos brasileiros.
De acordo com a ABRAS, fatores como o aumento dos preços de alimentos e produtos essenciais, além da alta dos custos de energia e combustíveis, têm pressionado o orçamento das famílias, levando à redução do consumo em diversas categorias de produtos. Além disso, o aumento nas taxas de juros, promovido para conter a inflação, tem encarecido o crédito e restringido ainda mais o consumo.
A inflação continua a ser um dos principais desafios econômicos no Brasil, com o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) acumulando alta significativa nos últimos meses. Isso tem resultado em aumento generalizado dos preços de produtos básicos, como alimentos e itens de higiene pessoal, além de tarifas de serviços essenciais, como energia elétrica e transporte.
O presidente da ABRAS, João Galassi, destacou que o aumento da inflação tem provocado a necessidade de ajustes no consumo das famílias. “Com o aumento do custo de vida, muitas famílias têm sido forçadas a priorizar itens essenciais e buscar alternativas mais baratas, como marcas próprias ou produtos em promoção”, afirmou Galassi.
O setor de supermercados, que tem se mostrado resiliente durante crises econômicas anteriores, também enfrenta dificuldades com o atual cenário. Além da queda no consumo, o aumento dos custos operacionais, como transporte e armazenamento de mercadorias, tem pressionado as margens de lucro das empresas do setor.
Apesar da retração no consumo em fevereiro, a ABRAS acredita que o cenário pode começar a melhorar no segundo semestre de 2025, dependendo das políticas econômicas adotadas pelo governo e da evolução da inflação. O mercado espera medidas que possam impulsionar a recuperação econômica e aliviar o peso sobre o orçamento das famílias.
Diante do cenário econômico desafiador, o governo federal tem avaliado alternativas para conter a alta dos preços e estimular a economia. Entre as ações discutidas estão o aumento dos programas sociais, a criação de incentivos fiscais para determinados setores e a ampliação de linhas de crédito com condições facilitadas para as famílias de baixa renda.
Especialistas econômicos também recomendam que o governo mantenha o controle sobre a inflação para evitar novos picos nos preços e proteja o poder de compra da população. “É essencial que o governo adote uma estratégia clara para combater a inflação, ao mesmo tempo em que busque fomentar o crescimento econômico, garantindo a proteção das famílias mais vulneráveis”, comentou a economista Mariana Ferreira.
A queda de 4,25% no consumo das famílias brasileiras em fevereiro é um reflexo das dificuldades econômicas que o país tem enfrentado, impactando diretamente o setor de supermercados e o cotidiano das famílias. A expectativa é que, com medidas econômicas apropriadas, o Brasil possa começar a reverter esse quadro nos próximos meses, criando condições mais favoráveis para a recuperação do consumo e do bem-estar econômico das famílias.