A cidade de Franca, no interior de São Paulo, foi palco de um crime chocante na tarde deste domingo, 20 de outubro de 2024. Um engenheiro, cuja identidade ainda não foi divulgada, foi preso em flagrante após invadir o apartamento de sua ex-mulher e esfaquear três pessoas: sua ex-companheira, o filho de apenas 1 ano e uma idosa de 62 anos, que estava presente no local. O ataque brutal aconteceu no bairro São José e deixou a comunidade local perplexa e indignada.
De acordo com informações da Polícia Militar, o engenheiro invadiu o apartamento da ex-mulher em um aparente ataque de fúria, resultado de uma briga envolvendo o término do relacionamento. Armado com uma faca, ele atacou primeiramente a ex-mulher, que tentou se proteger e proteger o filho pequeno. A idosa, que seria avó da criança e estava no local no momento do ataque, também foi esfaqueada ao tentar impedir a violência.
Os vizinhos, ao ouvirem os gritos de socorro vindos do apartamento, chamaram a polícia e tentaram intervir, mas não conseguiram conter o agressor. Quando a polícia chegou ao local, o engenheiro ainda estava no apartamento e foi preso em flagrante. As vítimas foram imediatamente socorridas e encaminhadas ao hospital mais próximo.
A ex-mulher e a idosa sofreram múltiplos ferimentos, mas, segundo os primeiros relatos médicos, ambas estão fora de perigo. Já o bebê, apesar de ter sido atingido, também foi socorrido a tempo e passa por cuidados médicos. O estado de saúde do menino ainda inspira cuidados, mas ele não corre risco de vida.
O engenheiro foi levado à delegacia, onde permanece preso. Ele deve responder por tentativa de homicídio triplo, com agravantes de feminicídio, tentativa de homicídio contra um menor de idade e violência contra uma idosa. O caso gerou grande repercussão em Franca, tanto pela brutalidade do ataque quanto pela presença de um bebê entre as vítimas.
As investigações preliminares indicam que o crime foi motivado por questões relacionadas ao fim do relacionamento entre o engenheiro e sua ex-mulher, com quem ele já havia tido episódios anteriores de violência doméstica. O histórico de ameaças e brigas entre o casal agora será parte da investigação conduzida pela Polícia Civil.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, José Roberto Figueiredo, a prisão em flagrante foi fundamental para evitar uma tragédia ainda maior. “Esse tipo de crime é inaceitável, e a ação rápida da polícia impediu que o pior acontecesse. Estamos aprofundando as investigações para compreender a dinâmica exata do ocorrido e assegurar que o agressor responda por todos os seus atos de violência”, afirmou o delegado.
O caso reacende o debate sobre a violência doméstica e o feminicídio no Brasil, um problema recorrente que afeta milhares de mulheres todos os anos. Só em 2024, o país registrou um aumento no número de casos de violência contra a mulher, especialmente em contextos de término de relacionamento.
Em Franca, diversas entidades de apoio às vítimas de violência doméstica se manifestaram após o crime, reforçando a necessidade de medidas mais rígidas e de suporte efetivo às mulheres que sofrem ameaças e agressões de seus companheiros ou ex-companheiros. “Precisamos proteger nossas mulheres e nossas famílias. Esse crime é um reflexo da falta de suporte e da necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes para combater a violência doméstica”, afirmou Paula Nascimento, coordenadora de um centro de apoio a vítimas de violência em Franca.
O bairro São José, onde ocorreu o crime, ficou marcado pelo silêncio e a tristeza na manhã seguinte ao ataque. Vizinhos e moradores locais estão chocados com a brutalidade do crime e a presença de um bebê entre as vítimas. Alguns relataram que o casal tinha um histórico de brigas, mas ninguém imaginava que a situação poderia escalar para um ataque tão violento.
“Estamos todos muito abalados. Eles já brigavam há algum tempo, mas nunca achamos que chegaria a esse ponto. Quando ouvimos os gritos, não sabíamos o que estava acontecendo, foi horrível”, contou uma vizinha que preferiu não se identificar.
Após o ataque, grupos de apoio à violência doméstica de Franca e região estão oferecendo suporte psicológico às vítimas e familiares. O Conselho Tutelar também acompanha o caso para garantir o bem-estar do bebê envolvido. A Secretaria de Assistência Social de Franca se colocou à disposição para ajudar as vítimas e seus familiares com apoio psicológico e jurídico, destacando a importância de romper o ciclo de violência.
O crime brutal ocorrido em Franca levanta questões urgentes sobre a proteção às mulheres e famílias em situações de violência doméstica. A prisão do engenheiro em flagrante é um passo importante para que ele responda judicialmente por seus atos, mas o caso reforça a necessidade de medidas preventivas mais eficazes e do fortalecimento de mecanismos de proteção às vítimas. Enquanto a cidade tenta processar o choque do ocorrido, a luta contra a violência doméstica continua sendo um dos maiores desafios enfrentados pela sociedade brasileira.