STF forma maioria para tornar Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado​

Nesta quarta-feira (26), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) alcançou maioria de votos para tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro réu pelos crimes de golpe de Estado e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito. Essa é a primeira vez que um ex-presidente eleito é formalmente acusado por crimes contra a ordem democrática estabelecida pela Constituição de 1988.

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, destacou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou elementos suficientes que indicam a materialidade e autoria dos crimes imputados a Bolsonaro. Além dos crimes mencionados, Moraes votou para que o ex-presidente responda também por organização criminosa armada, dano qualificado pelo emprego de violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado. Se condenado por todas as acusações, Bolsonaro pode enfrentar penas que, somadas, ultrapassam 30 anos de reclusão.

A denúncia apresentada pela PGR aponta que Bolsonaro, juntamente com aliados próximos, teria participado de uma trama para permanecer no poder após a derrota nas eleições de 2022. Entre os acusados estão ex-ministros e altos funcionários do governo anterior. As investigações indicam que o grupo teria planejado ações para desestabilizar o governo eleito e minar a confiança nas instituições democráticas. ​

A defesa de Bolsonaro nega as acusações, alegando falta de provas concretas e cerceamento do direito de defesa. Os advogados do ex-presidente argumentam que ele sempre atuou dentro dos limites constitucionais e que não há evidências de sua participação em qualquer tentativa de golpe. ​

Com a decisão do STF, Bolsonaro passa a responder formalmente às acusações em ação penal. Este caso marca um momento histórico no Brasil, sendo a primeira vez que um ex-presidente é levado ao banco dos réus por crimes dessa natureza. O desenrolar do processo será acompanhado de perto por analistas políticos e pela sociedade em geral, dado o impacto potencial nas futuras dinâmicas políticas do país.​